As fortes chuvas que atingiram Várzea Grande nos últimos dias deixaram um rastro de destruição em diversos bairros da cidade. Casas foram invadidas pela água, móveis se perderam, e muitos moradores ficaram apenas com a roupa do corpo.
O cenário é de devastação: ruas cobertas de lama, objetos pessoais arrastados pela enxurrada e estruturas residenciais comprometidas pela força da água. Documentos importantes, eletrodomésticos, alimentos e roupas foram levados ou danificados, agravando ainda mais a situação das famílias afetadas.
A perda material é extensa, e a população agora enfrenta dificuldades para recomeçar. Em muitos locais, os danos foram totais, impossibilitando a permanência nos imóveis. Há relatos de construções comprometidas e de grande volume de lixo acumulado pelas enchentes, o que também levanta sérias preocupações sanitárias.
Além dos prejuízos físicos, os transtornos causados pelas chuvas provocaram grande instabilidade emocional entre os atingidos, especialmente entre crianças e idosos. A incerteza quanto ao retorno para casa e à recuperação dos bens perdidos intensifica o sofrimento coletivo.
As áreas mais afetadas são, em sua maioria, regiões de maior vulnerabilidade social, onde a infraestrutura urbana é precária e os sistemas de drenagem são insuficientes para suportar chuvas intensas. A situação exige respostas urgentes das autoridades, tanto em apoio emergencial quanto em planejamento preventivo.
A prefeita Flávia Moretti (PL) esteve nos locais inundados.
"Estamos aqui prestando o primeiro atendimento aos moradores atingidos. Orientando para buscarem um local mais seguro, como também já fazendo novamente o serviço de desobstrução das galerias pluviais para que as águas escoem mais rápido", disse.
ALERTA – O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso meteorológico, alertando para a possibilidade de precipitações entre 20 e 30 mm por hora, ou até 50 mm ao longo do dia, além de ventos intensos, com velocidades entre 40 e 60 km/h, em grande parte do estado de Mato Grosso, incluindo Várzea Grande.
Segundo o Inmet, o risco é considerado baixo para corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas.
ABRIL HISTÓRICO – Abril de 2025 já é considerado o mais chuvoso dos últimos 64 anos em Cuiabá.
Dados do Climatempo, com base em medições do Inmet, indicam que, entre os dias 1º e 22 deste mês, a capital registrou um acumulado de 281,6 milímetros de chuva.
Em geral, o mês de abril marca o início da transição para o período de estiagem em Mato Grosso, com redução gradual da frequência e do volume de chuvas. Em anos considerados normais, as precipitações já tendem a diminuir significativamente ao longo do mês.
A média histórica de chuva para abril é de 112,8 mm. Isso significa que, em apenas 22 dias, o volume registrado em 2025 mais que dobrou essa média, configurando o abril mais chuvoso desde 1961 — e também o mês com o maior volume de precipitação deste ano até agora.