O vereador Dr. Luiz Fernando vem mobilizando grandes esforços para trazer à tona a crise na saúde pública de Cuiabá. Em uma entrevista com a impressa, o parlamentar ressalta a importância de debater os principais temas que devem ser exigidos do secretário de saúde, caso seja aprovado. Dentre as questões que merecem destaque estão as superlotações nas UPAs e policlínicas, pacientes aguardando transferências e a situação crítica no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
O Dr. Luiz Fernando expressa preocupação com os atrasos nos pagamentos de profissionais e fornecedores, levando à interrupção de serviços fundamentais. Diante desse cenário preocupante, o legislador convoca uma audiência pública para debater a situação da saúde em Cuiabá. O evento contará com a participação do secretário de saúde e representantes da empresa Cuiabana, responsável pela administração do HMC.
Adicionalmente, o parlamentar ressalta a importância da união entre os órgãos locais e regionais para assegurar que os investimentos na área da saúde sejam efetivamente utilizados em benefício da comunidade, de maneira clara e eficiente.
“A urgência de debater as principais pautas que devem ser cobradas do secretário de saúde, caso seja aprovado”
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Jornal Centro Oeste Popular — Estão mobilizando esforços para trazer à tona a crise na saúde pública de Cuiabá, quais são as principais pautas que devem ser aprovadas, caso seja aprovado?
Vereador Dr. Luiz Fernando — Estamos vendo que Cuiabá, desde que a saúde retornou às mãos do prefeito Emanuel Pinheiro, a calamidade novamente, infelizmente, vem se instaurando. Principalmente as Upas e Policlínicas, lotadas. Pacientes aguardando transferência, os hospitais com dificuldades de receber os pacientes, temos três grandes hospitais, antigo pronto-socorro, HMC e o São Benedito. Existe um problema de logística relacionado à central de regulação de vagas e o que nos deixa ainda mais estarrecidos e revoltados com tudo isso, é a situação que vem acontecendo no HMC, um dos maiores hospitais públicos do estado de Mato Grosso. Volto a dizer e bater nessa tecla, caminhamos para mais de seis meses uma neurocirurgia sem receber os seus honorários, seus pagamentos, a ortopedia, que é uma das principais especialidades, que chega ali a atender uns 70% dos pacientes internados, que chegam naquela unidade. Estão aí caminhando para mais de quatro meses. A anestesiologia também para mais de três meses, empresas que fornecem insumos, medicamentos, orbes e prótese, também já decretaram a paralisação, só entregarão o básico, ou seja, pacientes ali aguardando por cirurgias. Existe hoje uma fila de mais de 90 pacientes aguardando cirurgias ortopédicas e para outras especialidades. Pacientes gravíssimos com risco de sequelas irreversíveis e até mesmo risco de perder o membro ou risco de perder a vida. Por exemplo, pacientes aguardando uma cirurgia de joelho, uma de coluna, uma cirurgia realizada pela neurocirurgia, um aneurisma, aguardando um instante para poder salvar essa vida, se esse aneurisma arrebentar a qualquer momento, esse paciente pode vir a óbito.
E o prefeito Emanuel Pinheiro aceita perante o tribunal de contas devolverem a gestão do hospital ao estado, ou seja, ele a todo o momento, por meio da mídia e da imprensa, inaugurou esse hospital e agora não tem condições. Assume aí um atestado de incompetência, de falta de gerência com recurso público, entregando esse hospital ao estado, ou seja, precisamos resolver essa situação. Infelizmente, o secretário Giovani, que também está à frente da empresa cuiabana, não toma uma atitude palpável perante esses profissionais, deixando principalmente a população hoje.
Centro Oeste Popular — Houve uma reunião com o Tribunal de Contas, o que ficou decidido em relação à saúde pública?
Vereador Dr. Luiz Fernando — Estivemos no tribunal de contas, pela segunda semana consecutiva, conversamos com os conselheiros, Sérgio Ricardo, Guilherme Maluf e onde nos mostramos esse documento, entregamos ao Ministério Público, no Tribunal de Contas, e no Tribunal de Justiça o real estado de calamidade da saúde pública, no HMC. Ou seja, mais de 90 pacientes aguardando, não se encaminhou nada em direção aos pagamentos desses profissionais, esses profissionais que já tinham decretado greve há poucos dias, retornaram confiando nesse pagamento, e o prefeito Emanuel a todo o momento dizendo que precisa ser feito uma auditoria dessa situação, ou seja, apenas postergando e assumindo perante o Tribunal de Contas e a sociedade que ele realmente não tem condições mais de tocar esse hospital. Ocorrerá uma audiência pública da saúde, aonde vamos receber o secretário e os responsáveis da empresa cuiabana e precisamos de uma resposta. Poder público executivo precisa nos dar essa resposta, dar essa resposta à câmara municipal. Onde a população que está lá na ponta sofrendo e não pode mais ficar numa situação como essa.
Centro Oeste Popular — Vocês estão acompanhando as denúncias de que as UPAS e policlínicas estão superlotadas porque os hospitais estaduais em Cuiabá eles fecham as portas do atendimento, como, por exemplo, a Santa Casa?
Vereador Dr. Luiz Fernando — Olha o SUS, volto a dizer, ele é universalizado, não existe um hospital para o paciente, ele não vê o hospital como municipal, estadual ou mesmo federal. O paciente ele tem direito, isso e dever do estado e um direito do cidadão e agora nos temos bons hospitais. A santa casa ele tem um pronto atendimento de pediatria, aonde ela chega a atender quase 50 a 70 pacientes por dia, chegando agora a uma demanda de quase 120 pacientes por dia, ou seja, já atende muito bem a demanda de Cuiabá, agora precisa ser com certeza de que as Upas e policlínicas funcionem que esses profissionais estejam lá na porta, que os exames e os medicamentos sejam oferecidos aos pacientes.
Centro Oeste Popular — Vocês estão verificando se os medicamentos estão completos?
Vereador Dr. Luiz Fernando — Começou infelizmente mais uma vez assim, a falta de profissionais, a falta de médicos e de medicamentos nessas unidades, um problema sério que estamos vendo também. Agora precisa solucionar isso, ou seja, não que a solução de tudo isso seja uma intervenção, uma nova intervenção, acredito que isso é um desgaste muito grande para própria população, para Câmara Municipal e para o executivo, precisa de verdade que o prefeito Emanuel Pinheiro realmente tem pessoas de sua confiança a frente da saúde pública, que eles possam tomar as providências que todo recurso q foi aprovado na lei orçamentaria anual que esta disponibilizada para ser executado, seja executada de forma transparente, e isso que infelizmente nessa gestão não estamos conseguindo enxergar, pelo menos o desejo de fazer o bem e realizar as tarefas básicas de casa.
Centro Oeste Popular — Recursos estaduais para os municípios que vocês estão acompanhando, porque tinha sido feito um adiantamento de vários recursos do ano passado, esse recurso reforça esse ano também?
Vereador Dr. Luiz Fernando — Realmente foi adiantado, foi ate em conjunto com o Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça, foi permitido isso para que tivesse alguns avanços. Reformas em algumas unidades, o próprio é a criação do Pronto Socorro Municipal pediátrico, no antigo Pronto Socorro, que é uma obra que também está praticamente paralisada, ou seja, precisa de um dos medicamentos, digo assim, para resolver toda essa problemática, é dinheiro novo. Exerceu essa briga entre prefeitura municipal e governo do Estado, quem sai prejudicado com tudo isso é a população, porque o recurso não chega à porta. Então precisa com certeza dinheiro novo, mas a dificuldade é essa briga política, pessoal, que um não confia no outro, não envia o recurso e sofre a população que precisa. Mas precisamos mediar essa situação, precisa ser resolvido entre os poderes.
