O Brasil reforçou, nesta segunda-feira (28), o compromisso com a transformação dos sistemas alimentares de forma inclusiva, sustentável e democrática durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), realizada em Adis Abeba, capital da Etiópia. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) destacou estratégias de produção e distribuição de alimentos mais saudáveis e mais acessíveis nos contextos urbanos.
Todas as ações estão inseridas em ampla estratégia desenvolvida pelo Governo Lula, o que já havia sido ressaltado pelo ministro Wellington Dias em coletiva concedida no mesmo dia.
Assim, como o nosso Sistema Único Saúde (SUS) salvou vidas na pandemia, o trabalho do Sistema de Segurança Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro, o SISAN, também salvou milhões de vidas”, disse Wellington.
Segundo secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, e a gerente de Projeto da pasta, Márcia Muchagata, são iniciativas que proporcionam alimentação adequada e justiça social de forma sustentável.
Durante o painel “Ouvindo os Profissionais: Barreiras e Facilitadores da Transformação dos Sistemas Alimentares”, Lilian Rahal apresentou a Estratégia Alimenta Cidades como uma resposta do Governo do Brasil às desigualdades alimentares nas áreas urbanas do país. “Esta Estratégia visa expandir a produção, o acesso e o consumo de alimentos adequados e saudáveis nas cidades brasileiras, especialmente nas periferias urbanas e entre populações vulneráveis”.
Segundo a secretária, mais de 85% da população brasileira vive atualmente em áreas urbanas, sendo 25 milhões de pessoas enfrentando desafios relacionados a desertos alimentares, ou seja, regiões com pouca ou nenhuma oferta de alimentos frescos e saudáveis. Lançado em 2023, o Alimenta Cidades está na segunda fase, e visa expandir a estratégia para 91 municípios, beneficiando mais de 77 milhões de pessoas.
A estratégia articula ações como agricultura urbana, compras públicas para a alimentação escolar, fortalecimento de cozinhas solidárias e redução do desperdício. “A transformação dos sistemas alimentares não é apenas uma tarefa técnica, é um processo político, enraizado no reconhecimento da alimentação como um direito humano”, defendeu Lilian.
Márcia Muchagata reforçou que o Brasil se prepara para lançar, em outubro deste ano, o Marco de Políticas Públicas sobre Sistemas Alimentares e Clima – um instrumento-chave para alinhar nutrição e dietas saudáveis com as metas climáticas, sob uma perspectiva sistêmica e multissetorial.
“Esse marco se baseia em princípios como o Direito Humano à Alimentação Adequada, justiça climática e soberania alimentar. Foi elaborado com base em revisão científica, consultas nacionais e diálogo intersetorial, e propõe dois pilares estratégicos: a governança democrática, com caminhos concretos para coordenar as políticas de alimentação e clima, prevenindo conflitos de interesse e com foco na participação social”, afirmou Márcia.
Outra inovação apresentada foi o AlimentaLAB, laboratório de inovação liderado pelo MDS. Por meio de chamada aberta, o laboratório busca identificar e divulgar soluções de políticas públicas eficazes, fortalecendo capacidades locais e promovendo cooperação Sul-Sul. As ações apresentadas durante o evento fazem parte das políticas públicas que contribuíram para o Brasil sair do Mapa da Fome, priorizando o acesso à alimentação saudável, a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda e o apoio à agricultura familiar.