A vereadora Dra. Mara manifestou preocupação com a retirada do atendimento especializado para mulheres vítimas de violência das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Cuiabá. Segundo denúncias recebidas pela parlamentar, o serviço foi transferido para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que, por não ser porta aberta, pode dificultar o acesso das vítimas ao suporte emergencial e humanizado.
"Nenhuma mudança que venha a diminuir qualquer atendimento à mulher, principalmente no momento crítico que estamos vivendo de alta violência, é bem-vinda", afirmou a vereadora.
Para Dra. Mara, a retirada do serviço das UPAs representa um retrocesso. “A gente não pode estar fechando salas de atendimento nem transferindo para locais que não tenham o devido cuidado com as vítimas nesse momento tão delicado", reforçou. A parlamentar lembra que a Câmara Municipal aprovou uma lei garantindo atendimento prioritário às mulheres vítimas de violência nas unidades de saúde, o que pode estar sendo descumprido com a medida adotada pela Prefeitura.
A vereadora enfatizou que a mudança exige uma fiscalização rigorosa, não apenas por parte dos vereadores, em especial da bancada feminina, mas também da sociedade. “Devemos ter esse devido cuidado para evitar tragédias maiores. A prevenção é o caminho para proteger nossas mulheres”, afirmou.
Dra. Mara ainda questionou como se dará esse atendimento no HMC, já que a unidade hospitalar não tem porta aberta para urgências espontâneas, diferentemente das UPAs. “Não recebi informações claras do prefeito sobre como será feito esse atendimento. Espero que essa mudança não seja para piorar, porque qualquer redução no acolhimento das mulheres é um prejuízo social enorme", disse.
Durante a entrevista, a vereadora também comentou um problema recorrente em sua atuação parlamentar: líderes comunitários estariam tomando para si indicações feitas por seu gabinete, muitas vezes sem o conhecimento dos moradores.
“Com os vereadores eu não tenho problema. Por incrível que pareça, quem tem tomado a frente são líderes comunitários, que se apresentam como representantes de certos vereadores e acabam se apropriando de ações e demandas que não partiram deles”, explicou. Ela afirmou que, apesar disso, segue com sua atuação firme nos bairros, atendendo a população independentemente de questões eleitorais.
Ao final da entrevista, Dra. Mara também opinou sobre o recente decreto do governo federal que proíbe cursos de Direito e Medicina totalmente à distância. Advogada por formação, ela apoiou a decisão, destacando a importância da prática presencial.
“A experiência humana, o contato com o preso no Direito ou com o paciente na Medicina, não pode ser substituída por uma tela. Existem conhecimentos que exigem presença, sensibilidade e vivência real”, afirmou, reforçando que a qualidade na formação deve estar acima da comodidade tecnológica.