29 de Abril de 2024

VARIEDADES Quarta-feira, 27 de Março de 2024, 10:17 - A | A

Quarta-feira, 27 de Março de 2024, 10h:17 - A | A

ALTOS E BAIXOS

Lollapalooza 2024: saiba os altos e baixos desta edição do festival

Correio Braziliense

Um dos maiores eventos da música no calendário brasileiro foi o principal assunto do último final de semana. O Lollapalooza Brasil tomou o autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, entregou shows memoráveis e momentos inesquecíveis para o público. Porém, como nem tudo são flores, o festival de música que chega a 11ª edição em 2024 teve seus altos e baixos como qualquer outro.

Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).

Criado por Perry Farrel, vocalista da banda Jane's Addiction, em Chicago no ano de 1991, o Lollapalooza chegou ao Brasil em 2012 e se consolidou como o maior festival de música anual do país. Com média de mais de 100 mil espectadores por dia, o festival traz alguns dos artistas mais pedidos pelo público brasileiro. Com 12 anos de existência no Brasil, sendo dois sem edições devido a pandemia, o evento já foi capitaneado por nomes como Este ano, Blink-182, SZA, Kings of Leon, Titãs, Limp Bizkit e Sam Smith foram os principais nomes da festa. O Correio acompanhou in loco os três dias de evento e levanta o que houve de melhor e pior no festival que ocorre em São Paulo, mas une o Brasil inteiro.

Um problema de antes da abertura dos portões na última sexta (22/3), os cancelamentos atormentam o Lollapalooza nos últimos tempos. De nomes grandes como Foo Fighters em 2022, Drake em 2023, e agora o Paramore em 2024; a artistas menos populares como Rina Sawayama, Dove Cameron e Jaden, que foram anunciados, mas, por motivos diversos, tiveram que ser substituídos pouco antes do festival.

O evento até conseguiu trazer artistas renomados para ocupar os espaços vagos pelos imprevistos. Kings of Leon assumiu um dos postos mais altos da line-up com toda pompa e relevância que tem como uma das bandas mais importantes da geração do rock indie dos anos 2000, Greta Van Fleet encerrou o último dia de evento. No entanto, ambos já haviam tocado em 2019 no Lolla e não tinham o caráter de novidade e a base de fãs de um Paramore, ou o elemento supresa que teria a estreia da Dove Cameron, respectivamente.

Se não foi possível evitar as mudanças na grade de atrações, o Lollapalooza acertou na imponência dos maiores nomes. A começar pelo aguardado show da banda de punk rock Blink-182. Com 30 anos de estrada, o grupo formado por Mark Hoppus, Tom DeLonge e Travis Barker nunca havia se apresentado no Brasil. Com show emocionante e lotado, os artistas fizeram história e podem tranquilamente ser considerados um dos maiores headliners que já passaram pelo festival. Não era difícil, por exemplo, ver pessoas chorando de emoção por realizar o sonho de vê-los ao vivo.

Menos experiente, mas da mesma magnitude, outra estreante marcou o nome na história do Lollapalooza. SZA era o principal nome do pop e a única das atrações principais, além do Blink, que não tinha vindo ao Brasil. Com 10 anos de carreira, a cantora do R&B fez uma apresentação grandiosa. A cenografia complexa, o palco cheio de dançarinos e o carinho com o público se somaram à voz sobrenatural de SZA no que facilmente será um dos cinco melhores shows do ano em território nacional.

Nunca o Lolla foi tão brasileiro. Com 46 atrações representando os mais diversos territórios, incluindo o DF com Hungria Hip-Hop, o festival bateu o recorde de atrações locais na line-up. Shows de Marcelo D2, Manu Gavassi, Braza e Xamã chamaram muita atenção, mas o tempo de estrada de Gilberto Gil e a despedida dos Titãs foram toque grandioso de brasilidade que faltava ao Lollapalooza. Gil se curvou ao poder da juventude e cantou para um público imenso ao cair da noite de domingo. Os Titãs fizeram a última apresentação do Encontro, com os integrantes originais, e fecharam o sábado com uma mistura de emoção e saudade. As atrações internacionais ainda são o maior chamariz de público, mas há potência no Brasil e estes nomes cravaram que alguns dos melhores shows de cada edição podem ser cantados em português.

Há 10 anos na mesma época e no mesmo autódromo de Interlagos, o Lollapalooza parece todo ano ser pego de surpresa pela chuva. Março é um mês chuvoso em São Paulo, isso é de conhecimento geral. Porém, a chuva sempre causa problemas ao evento. De cancelamento de shows por risco de raios até danos a estruturas e instrumentos de artistas, parecia que o Lolla já tinha passado por tudo, mas uma nova questão foi encontrada: a lama.

Com uma garoa constante, o festival viu praticamente todo o gramado ganhar uma lama escorregadia. O problema afetou a locomoção do público que se aglomerava em “terra firme” e, muitas vezes, optava por não se aproximar muito dos shows. Tombos e escorregões eram recorrentes e o cheiro também incomodava. A lama já havia dado as caras em outros anos, mas nunca a ponto de dificultar a experiência.

Alguns problemas logísticos, no entanto, foram sanados. Os banheiros foram os que mais tiveram avanços, uma vez que após o The Town o autódromo tem a possibilidade de água encanada e pôde abrir mão das cabines químicas. Este foi o primeiro ano sob a tutela da Rock World, mesma produtora do Rock in Rio, no comando do evento. O Lollapalooza era organizado pela Times For Fun anteriormente e as melhorias da mudança foram visíveis também na redução de filas para comida e na facilitação dos trajetos com aterramentos feitos para o The Town no ano passado.

 

 

 

 

Comente esta notícia

image