Nesta quinta-feira (05), a vereadora Maysa Leão (Republicanos) participou do plantio simbólico de 65 mudas de ipê-roxo no Parque da Família Mahatma Gandhi, em Cuiabá. A ação homenageou mulheres vítimas de feminicídio em Mato Grosso. Promovida pelo Núcleo de Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar do Ministério Público, com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a iniciativa transformou a área atrás do Shopping Pantanal, no bairro Terra Nova, em um memorial vivo.
Foram replantadas 54 mudas transferidas da 2ª Etapa do Parque Tia Nair, além do plantio de 11 novas mudas, referentes às mulheres que sofreram feminicídio após março de 2025, simbolizando as mulheres assassinadas entre janeiro 2024 e maio de 2025 no estado de Mato-Grosso.
Durante sua fala, Maysa destacou a importância da mobilização coletiva ‘in memoriam’. “Hoje é um dia emblemático. Trago o nome da Vera Capilé, da Maria Fernanda Figueiredo, da Marisa Batalha e de tantas mulheres do grupo ‘Até Quando MT?’ com quem já estivemos nas ruas, de mãos dadas, lutando. Agora, plantamos memórias neste parque reestruturado”.
Maysa também expressou o desejo de que o local se torne um ponto de encontro para as famílias. “Que esse memorial seja um espaço de vida, onde as famílias façam piqueniques e crianças, como Emely Vitória e Mateus, possam lembrar de suas mães”.
Com emoção, ela relatou um dos momentos marcantes. “A Emely disse: ‘Tia, minha mãe era muito jovem’. E é isso. São mulheres jovens, cheias de sonhos, mortas simplesmente por existirem. É por isso que o nome é feminicídio”.
A vereadora reforçou que feminicídio é um crime específico. “Não é só um homicídio. É o assassinato de mulheres por serem mulheres, por sonharem, por quererem partir, mudar de vida. É um crime de controle, punição e silenciamento”, explicou a parlamentar.
Também foi inaugurada a Placa do Memorial das Vítimas de Feminicídio, parte do projeto Em Memória Delas, do Observatório Caliandra. A placa traz os canais de denúncia, estimulando o envolvimento social.
Maysa defendeu a reestruturação da rede de enfrentamento. “A rede de Cuiabá funciona de forma quebrada. A última participação efetiva do município na formalização dos representantes do executivo foi em 2019. Precisamos retomar isso. A secretária Hadassa Suzannah tem competência para estar à frente. É fundamental unir Prefeitura, Ministério Público, Defensoria, ONGs como a Lírios, movimentos da sociedade civil, todos juntos”. finalizou
