Durante a sessão ordinária desta terça-feira (15), na Câmara Municipal de Cuiabá, a vereadora Maysa Leão (Republicanos) fez um firme pronunciamento em defesa dos professores da rede municipal de ensino. Ela se manifestou contrária ao projeto de lei encaminhado pelo Executivo que retirava um terço do adicional de férias referente ao recesso escolar de julho, direito assegurado na Lei Orgânica do Município.
Filha de dois professores, Maysa reforçou sua trajetória pessoal para embasar a defesa da valorização da categoria. “A coisa que eu mais vi na vida foi meus pais trabalhando em casa. O trabalho do professor não acaba quando o sinal toca. E todo mundo fala que a educação é o futuro do país, mas na hora de valorizar o professor, dizem que não tem verba. Isso é inaceitável”, declarou.
A parlamentar apresentou uma indicação oficial ao prefeito Abílio Brunini pedindo o respeito ao direito conquistado. Ela destacou que o benefício de 45 dias de férias com um terço de adicional foi garantido por lei através da luta legítima da categoria, embora não tenha sido respeitado por gestões anteriores. “Emanuel Pinheiro não pagava porque não cumpria com sua palavra. Isso é fato pacificado. Mas e agora? Quem tem coragem de votar para retirar um direito conquistado na luta?”, questionou.
Durante seu discurso, Maysa lembrou da professora que marcou sua vida escolar. “Eu lembro da ‘tia Valéria’, minha professora no colégio estadual Ferreira Mendes. Foi ela quem me alfabetizou. Foi ela quem me ensinou a amar as letras, a ler, e isso ninguém tira da gente. O conhecimento é a única herança que não pode ser roubada — e ela começa com o trabalho de um professor”.
A vereadora também ressaltou os altos índices de adoecimento da categoria, muitas vezes sobrecarregada com múltiplas tarefas além da sala de aula. “Os professores não têm hora extra. Trabalham em casa, corrigem provas, preparam aula, fazem planejamento, pensam no reforço para aquele aluno que não está aprendendo. Estão adoecidos de exaustão. Chega de só receber homenagens. Precisam ser remunerados, valorizados, inclusive pela sua qualificação, como o mestrado e o doutorado, que até hoje seguem sem o devido reconhecimento”, completou.
Ao finalizar sua fala, Maysa reiterou seu compromisso com a educação e com os profissionais da rede municipal. “Eu não tenho coragem de votar contra os professores, nem de ser inerte diante da injustiça. Esta Casa não vai virar as costas para quem constrói o futuro das nossas crianças”.