31 de Julho de 2025

CIDADES Terça-feira, 29 de Julho de 2025, 15:37 - A | A

Terça-feira, 29 de Julho de 2025, 15h:37 - A | A

NÃO AGUENTOU

Lúcia Helena pede demissão da Secretaria de Saúde de Cuiabá após sofrer pressão política

Após polemicas, a gestora deixa a pasta e Danielle Carmona é cotada para assumir

Ana Carolina Guerra
Resumo

A médica Lúcia Helena Barboza Sampaio pediu demissão do cargo de secretária municipal de Saúde de Cuiabá nesta terça-feira (29). A saída ocorre após sete meses de gestão marcada por desgaste político, críticas da base aliada do prefeito Abílio Brunini (PL) e declarações controversas.

Com um perfil considerado “técnico”, Lúcia enfrentou resistências no meio político desde o início do mandato. Mesmo com manifestações públicas de apoio por parte do prefeito, a secretária não resistiu à pressão. O pedido de exoneração veio logo após seu retorno de uma viagem a Balneário Camboriú (SC), onde visitou a “Casa dos Autistas”, projeto que a Prefeitura estuda implantar na capital mato-grossense. Durante a estadia na cidade catarinense, ela se hospedou em um hotel quatro estrelas, próximo à orla, segundo informações apuradas.

Entre os nomes cotados para assumir a pasta está o da ex-interventora Danielle Carmona, que comandou a Saúde de Cuiabá durante a intervenção estadual na gestão anterior e tem respaldo de parte da base na Câmara Municipal.

A passagem de Lúcia Helena pela secretaria foi marcada por episódios polêmicos. Em uma entrevista, ela chegou a questionar a eficácia da vacina contra a covid-19, afirmando ter desenvolvido pericardite após a imunização. “Eu tive covid duas vezes e fiz uma pericardite depois de ter tomado a vacina. A covid não fez nada comigo, a vacina acho que fez”, declarou. “Não fui atrás de saber se era por causa da vacina ou se não era, mas o fato é que adoeci depois de tomar a vacina.”

Em outra ocasião, a secretária afirmou que muitas pessoas buscavam as unidades de pronto-atendimento (UPAs) nas segundas-feiras apenas para "pegar atestado". A fala foi reforçada pelo próprio prefeito Abílio, que atribuiu a superlotação das unidades ao comportamento da população. A posição, no entanto, contrasta com a postura que o prefeito adotava antes de assumir o cargo, quando fazia visitas às unidades de saúde às segundas e culpava a má gestão pela situação crítica do sistema.

A Prefeitura deve anunciar o novo nome para a pasta ainda nesta terça-feira, em coletiva de imprensa.

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